Foto: Lucas Amorelli (Diário)/Antônio Rodrigues Lopes, 76 anos, foi uma das vítimas de 2017
O ano de 2017 terminou com 71 assassinatos em Santa Maria (veja abaixo o perfil das vítimas), incluindo seis latrocínios e três legítimas defesa. O número, por si só, já impressiona. Afinal, foram cinco a mais do que em 2016, quando 66 assassinatos foram registrados na cidade. Porém, se o número de mortes violentas é alto, um dado pode servir de alento para as famílias das vítimas: mais de 80% deles foram esclarecidos, tendo autor indiciado e à espera do desfecho na Justiça. Onze casos ainda estão em aberto: 10 homicídios e um latrocínio.
Entre as 71 vítimas do ano passado, uma delas é Antônio Rodrigues Lopes, 76 anos, esfaqueado no Bairro Urlândia no dia 7 de dezembro. Segundo a família, Lopes foi morto por ter cobrado uma dívida de R$ 100 do suspeito. Os familiares aguardam a prisão do responsável.
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O inquérito sobre a morte do catador foi concluído oito dias depois do fato, remetido à Justiça com autoria esclarecida, mas a prisão preventiva foi indeferida pelo Poder Judiciário. O suspeito foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e à traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. O inquérito aponta ainda o agravante por ter vitimado um idoso.
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JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS
Já em relação às tentativas de homicídio, o índice de elucidação é menor se comparado aos homicídios. Das 155 tentativas de 2016, 77% tiveram suspeitos indiciados. Na avaliação do delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gabriel Zanella, a maioria das vítimas, nos casos de tentativa de homicídio, busca vingança em vez de esperar pela prisão dos suspeitos:
- Para a polícia, a pessoa diz que não tem suspeito. A gente sabe que ela pode indicar a autoria, mas não quer falar. Ela não quer que o Estado investigue e tome as medidas cabíveis e prefere fazer justiça com as próprias mãos.